terça-feira, 18 de novembro de 2014

Cientistas desvendam como cérebro identifica sabores

Especialistas acreditam que descoberta poderá ajudar a reverter à perda de paladar em idosos.

 
Segundo estudo, sensores de sabor distintos da língua têm um parceiro correspondente no cérebro (Foto: Thinkstock)


Diversos cientistas há anos procuram entender como o cérebro recebe e processa o sabor dos alimentos.

Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, diz ter começado a responder a questão - e levanta a possibilidade de que sua descoberta ajude a reverter à perda de paladar em idosos.

Os pesquisadores, que publicaram um artigo na revista científica Nature sobre o tema, dizem que o cérebro tem neurônios especializados para cada uma das cinco categorias do gosto - salgado, amargo, ácido, doce e o chamado umami (gosto associado aos glutamatos, presente, por exemplo, em carnes e legumes).

Sensores de sabor distintos espalhados sobre a língua teriam parceiros correspondentes no cérebro e enviariam mensagens para eles quando comemos.

A ideia de que só sentimos o gosto doce na ponta da língua seria falsa. De acordo com os pesquisadores, cada uma das cerca de 8 mil papilas gustativas espalhadas pela língua seria capaz de sentir todas essas cinco categorias de sabores.

A especialização, na realidade, ocorreria dentro das papilas, onde haveria cinco tipos de células diferentes capazes de detectar os cinco sabores.

A mensagem seria, em seguida, enviada para o cérebro, embora ainda não esteja claro de que forma essas informações são processadas após serem coletadas pelos neurônios.

Benefício a idosos

A nova teoria foi desenvolvida a partir de experiências com ratos.

A equipe da Universidade de Columbia preparou os cérebros dos animais para que seus neurônios ligados ao processamento do sabor dos alimentos ficassem fluorescentes ao serem ativados.

Os animais foram, então, alimentados com produtos químicos de gostos diferentes.
E ao monitorarem as reações dos seus cérebros, os pesquisadores concluíram haver uma ligação forte entre as células da língua e os neurônios cerebrais.

"As células estavam bastante sintonizadas com as categorias gustativas. E tivemos um encaixe perfeito entre a natureza das células ativadas na língua e as suas correspondentes (no cérebro)", disse à BBC Charles Zuker, professor da Universidade de Columbia.

Como tal descoberta poderia ajudar idosos com perda de paladar?

Segundo Zuker, tal perda ocorreria por problemas nas células gustativas.

Na língua, há células-tronco que produzem novas células gustativas a cada quinze dias. Mas esse processo perde força com a idade.

"Alguns idosos não sentem mais prazer em comer e isso é devastador para eles", diz o professor. "Mas ao desvendarmos como o sabor é processado pelo cérebro, podemos imaginar formas de melhorar essa função."


Segundo Zuker, uma das alternativas para se tentar amenizar o problema seria aumentar a sensibilidade das células da língua, para que elas enviem sinais mais fortes para o cérebro ao serem acionadas.

Fonte: G1 Globo

quarta-feira, 12 de novembro de 2014


Pesquisadores conseguem detalhar processo de metástase de células do câncer



Veia artificial desenvolvida por pesquisadores americanos permitiu a eles acompanhar como células com câncer se espalham pelo fluxo sanguíneo


Dois pesquisadores da universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, desenvolveram uma veia artificial que permite uma visão em tempo real de como as células cancerígenas entram em metástase.

A metástase é o processo pelo qual as células cancerígenas se espalham pelo corpo, aumentando a dificuldade do tratamento do câncer.

Assim que entra na corrente sanguínea, as células cancerígenas podem formar tumores em outros órgãos.

Noventa por cento dos pacientes vitimados pelo câncer sofreram processo de metástase, que ainda não é totalmente conhecido dos médicos - não se sabe como as células cancerígenas conseguem se mover dentro do sistema vascular e se espalhar pelo corpo.

Entender melhor como isso acontece pode levar a novos métodos de tratamento para a doença. "Nossa nova ferramenta nos dá uma visão mais clara e detalhada desse processo", afirma Andrew Wong, um dos autores da pesquisa.

"Existe muita coisa que não sabemos sobre como as células de tumor viajam pelo corpo, porque, mesmo usando nossa melhor tecnologia de imagem, não conseguimos enxergar como elas se locomovem pelo sistema sanguíneo", diz Wong.

Os pesquisadores da universidade Johns Hopkins testaram a viabilidade da veia artificial em células de câncer de mama marcadas com uma tinta fluorescente. Elas foram inseridas em uma matriz de colágeno, que replicava o tecido dos seios humanos.

A vascularidade do aparelho foi feita com material transparente, com as mesmas propriedades das veias naturais, por onde circulava um líquido rico em nutrientes, fazendo as vezes do sangue.

Por meio da fluorescência das células, a equipe foi capaz de filmar e monitorar aquelas com câncer, enquanto andavam pelo tecido e pela veia artificial.

"No passado, era virtualmente impossível observar os passos envolvidos nesse processo com esse nível de clareza", afirmou Peter Searson, coautor do estudo.

A dupla de pesquisadores conseguiu perceber que o tecido tentava cercar e conter as células cancerígenas. Mas algumas delas escapavam e se agrupavam em outro ponto da veia artificial.

Depois de um tempo, a força do fluxo sanguíneo artificial era suficiente para puxar a célula cancerígena para dentro da veia e bombeá-la para outros lugares.

"As células cancerígenas teriam dificuldade em deixar o local original do tumor, não fosse a habilidade delas em entrar em nosso fluxo sanguíneo e ganhar acesso a locais distantes", afirma Wong.

"Então, descobrimos que é a entrada das células cancerígenas no fluxo sanguíneo que permite ao câncer se espalhar tão rápido", diz.

Os pesquisadores agora esperam utilizar o aparelho para testar remédios contra a doença, para perceber se eles podem afetar a metástase.

"Se nós pudermos encontrar uma maneira de parar um desses passos na escalada da metástase, poderemos ser capazes de encontrar uma nova estratégia para retardar ou até parar a propagação do câncer", afirma Wong.


Fonte: Info Abril

Cientistas transformam células-tronco em 'assassinas' de câncer

Em uma experiência com ratos, células-tronco foram geneticamente modificadas para produzir toxinas que podem matar tumores no cérebro sem matar as células saudáveis.


Células-tronco geneticamente modificadas podem produzir toxina que 'mata' tumores (Foto: Science Photo/Library)



Cientistas da Escola de Medicina de Harvard descobriram um jeito de transformar células-tronco em "máquinas" para lutar contra o câncer cerebral. Em uma experiência com ratos, as células-tronco foram geneticamente modificadas para produzir toxinas que podem matar tumores no cérebro sem matar as células normais.

Pesquisadores dizem que o próximo passo seria testar esse processo em seres humanos. "Depois de fazer toda a análise molecular e de imagem para controlar a inibição da síntese de proteínas dentro de tumores cerebrais, nós vimos as toxinas matarem as células cancerígenas", explicou Khalid Shah, principal autor da pesquisa e diretor do Laboratório de Neuroterapia no Hospital de Massachusetts e na Escola de Medicina de Harvard.

"Toxinas para matar o câncer têm sido utilizadas com grande sucesso em uma variedade de tumores sanguíneos, mas eles não funcionam bem em tumores sólidos, porque os tumores não são tão acessíveis e as toxinas têm uma vida curta."

Mas geneticamente, a manipulação de células-tronco pode ter mudado tudo isso, segundo Khalid Shah. "Agora, temos células-tronco resistentes a toxinas que podem fazer e liberar essas drogas que matam o câncer", explicou.

Estudo

O estudo, publicado no jornal científico "Células-tronco", foi resultado de um trabalho de cientistas do Hospital de Massachusetts e do Instituto de Células-Tronco de Harvard.

Eles passaram muitos anos estudando uma terapia com células-tronco que pudesse curar o câncer – a ideia seria que as células-tronco produzissem algo capaz de matar células cancerígenas, mas que não tivesse efeitos negativos sobre as células normais – ou seja, as células saudáveis não teriam risco algum de serem atingidas pela toxina.

Os cientistas, então, modificaram geneticamente as células-tronco para conseguir fazer isso.

Nos testes em animais, as células-tronco foram colocadas no gel e depois em um tumor cerebral depois de ele ter sido retirado. As células cancerígenas morreram na hora, como se elas não tivessem nenhum tipo de defesa contra a toxina.

Cautela

Para Nell Barrie, cientista do Instituto de Pesquisa de Câncer do Reino Unido, o estudo teve resultados excelentes, mas é preciso ter cautela porque ele traz uma "abordagem engenhosa". "Precisamos urgentemente de melhores tratamentos para tumores cerebrais e isso pode ajudar em um tratamento direto exatamente onde ele é necessário."

"Mas até agora a técnica só foi testada em ratos e em células cancerígenas em laboratório. Muito trabalho ainda precisa ser feito antes de nós afirmarmos se esse tratamento é eficiente e pode ajudar os pacientes com tumores cerebrais", completou.

Nell reiterou que esse tipo de pesquisa poderia ajudar a aumentar as taxas de sobrevivência e trazer progresso muito importante para a cura do câncer cerebral. Já Chris Mason, professor de medicina regenerativa na Universidade de Londres, disse que esse estudo é "bastante inteligente e indica que há uma nova onda de tratamentos contra o câncer surgindo".

"Isso mostra que podemos atacar tumores sólidos colocando mini-farmácias dentro do paciente que liberam as toxinas diretamente no tumor." "Essas células-tronco podem fazer tanta coisa. É assim que o futuro será."

Fonte: G1 Globo

domingo, 26 de outubro de 2014

Equipe que transplantou células do nariz em paralítico busca voluntários

Cientistas buscam pacientes com lesão provocada por objeto pontiagudo.
Paciente que recebeu transplante consegue andar com ajuda de armação.


Paciente Dariusz Fidyka, que recebeu transplante de
células olfativas e recuperou parte dos movimentos
da perna, participa de coletiva de imprensa nesta
quarta (22) (Foto: AFP Photo/Natalia Dobryszycka)
Uma equipe de médicos que ajudou um homem paralítico a voltar a andar transplantando células de sua cavidade nasal para sua espinha dorsal anunciaram estar buscando novos pacientes para poderem demonstrar que seu avanço não foi circunstancial.

Os médicos declararam nesta quarta-feira (22) que irão procurar pela internet voluntários com lesões semelhantes à de seu paciente, o polonês Dariusz Fidyka, que ficou paralisado do peito para baixo depois de ser esfaqueado nas costas pelo ex-marido de sua companheira em 2010.

Agora ele consegue andar com a ajuda de uma armação.

“Para os próximos estágios de nossa pesquisa, precisaremos de pacientes que sofreram uma lesão na espinha dorsal causada por um objeto pontiagudo, como uma faca ou uma machadinha”, disse Wlodzimierz Jarmundowicz, neurocirurgião de Breslávia, cidade do oeste da Polônia, que fez parte da equipe polonesa-britânica que tratou Fidyka.

“A pequena luz no fim do túnel acendeu, mas precisamos repetir o procedimento em dois ou três pacientes, e aí veremos”, afirmou Jarmundowicz em uma coletiva de imprensa em Breslávia.

Site vai buscar voluntários

Os médicos planejam criar um site em polonês e outro em inglês para buscar voluntários, porém o endereço ainda não foi divulgado.

A técnica, descrita como um avanço por um estudo na publicação "Cell Transplantation", envolveu o transplante das chamadas células olfativas revestidoras para a espinha dorsal do paciente e a construção de uma “ponte de nervos” entre as duas extremidades da coluna vertebral danificada.

A pesquisa pioneira foi liderada por Geoffrey Raisman, professor do instituto de neurologia do University College de Londres, que trabalhou com cirurgiões do hospital da Universidade de Breslávia.

Cedo demais para conclusões

Foto mostra paciente andando com a ajuda de um equipamento, depois de receber transplante de células nasais (Foto: AFP Photo/BBC Panorama )

Entretanto, especialistas da área alertaram que o sucesso com um paciente faz com que seja cedo demais para concluir que o tratamento pode ter benefícios de larga escala. Em alguns casos, os pacientes podem perceber uma evolução significativa nas funções simplesmente por causa da reabilitação e da passagem do tempo, argumentaram.

Fidyka compareceu de cadeira de rodas à coletiva de imprensa, na qual os feitos sobre sua mobilidade restaurada foram transmitidos aos médicos em apresentações de vídeo.

Visivelmente surpreso pela enorme atenção que seu caso atraiu, ele se desculpou pela voz rouca, que atribuiu às conversas com jornalistas.

Ele lembrou como, em 2011, um ano depois de ser apunhalado, marcou sua primeira consulta com o doutor Pawel Tabakow, membro da equipe que mais tarde o tratou. “Ele ficou de cabelo em pé – não esperava um paciente com uma lesão daquela”, contou Fidyka.

“Agora consigo movimentar minha perna esquerda, tenho mais sensibilidade na direita, sinto calor e frio, funções fisiológicas e sexuais diferentes estão voltando. Poderia viver sozinho em um apartamento. Com certas modificações, poderia dirigir.”


“Há altos e baixos, mas está tudo indo na direção certa”, completou.

Fonte: G1 Globo

Homem paralisado volta a andar após transplante de células do nariz

Darek Fidyka ficou paralisado após ser esfaqueado várias vezes em 2010 e não apresentava sinais de recuperação; tratamento é inédito no mundo.

Darek Fidyka voltou a andar após receber transplante de células olfativas. (Foto: BBC)


Um homem paralisado conseguiu andar novamente após um tratamento inovador que envolveu o transplante de células de sua cavidade nasal para a medula espinhal.

Darek Fidyka, de 40 anos, ficou paralisado do peito para baixo após ser esfaqueado várias vezes em 2010. Agora, ele pode andar usando um andador. Ele também recuperou algumas funções da bexiga e intestino e funções sexuais.

Antes do tratamento, Fidyka estava paralisado havia quase dois anos e não mostrava nenhum sinal de recuperação, apesar de meses de fisioterapia intensiva. Ele disse que andar novamente foi "uma sensação incrível".

"Quando você não pode sentir quase metade do seu corpo, você é impotente, mas quando ele começa a voltar, é como se você tivesse nascido de novo".

O tratamento, inédito no mundo, foi realizado por cirurgiões poloneses em colaboração com cientistas em Londres. Detalhes da pesquisa foram divulgados na publicação científica Cell Transplantation.

O programa de TV Panorama, da BBC, teve acesso exclusivo ao projeto e passou um ano acompanhando a reabilitação do paciente.

O chefe de regeneração neural do Instituto de Neurologia da Universidade College, de Londres, liderou a equipe de pesquisadores. Ele disse que o resultado é "mais impressionante do que o homem andar na lua".

Como foi

O tratamento utilizou células especiais que fazem parte do sentido do olfato (OECs, na sigla em inglês). Elas agem como células de direção, que permitem que as fibras nervosas do sistema olfativo sejam continuamente renovadas.

Na primeira de duas operações, os cirurgiões removeram um dos bulbos olfativos do paciente e as células cresceram em cultura. Duas semanas depois, eles transplantaram as células para a medula espinhal, que tinha sido reduzida a uma pequena faixa de tecido, à direita.

Eles tinham apenas uma pequena porção de material para trabalhar - cerca de 500 mil células. Cerca de 100 microinjeções de células olfativas foram feitas acima e abaixo da lesão.

Quatro tiras finas de tecido nervoso foram tiradas do tornozelo do paciente e colocadas através de uma lacuna de 8mm no lado esquerdo da medula espinhal.

Os cientistas acreditam que as células olfativas forneceram uma direção, permitindo que as fibras acima e abaixo da lesão se reconectassem, usando os enxertos de nervos para preencher a lacuna na medula espinhal.

Fidyka mantém o programa de exercícios que já realizava antes do transplante - cinco horas por dia, cinco dias por semana. Ele notou pela primeira vez que o tratamento havia sido bem sucedido após cerca de três meses, quando sua coxa esquerda começou a desenvolver músculos.

Seis meses depois, ele foi capaz de tentar dar seus primeiros passos com a ajuda de barras paralelas, usando muletas e com o apoio de um fisioterapeuta. Dois anos após o tratamento, ele agora pode andar fora do centro de reabilitação utilizando um andador.

O neurocirurgião Pawel Tabakow, consultor no Hospital Universitário de Wroclaw, que liderou a equipe de pesquisa polonesa, disse: "É incrível ver como a regeneração da medula espinhal, algo que era considerado impossível por muitos anos, está se tornando uma realidade".

Fidyka ainda se cansa rapidamente ao caminhar, mas disse: "Eu acho que é realista que um dia irei me tornar independente".

"O que eu aprendi é que você nunca deve desistir, mas continuar lutando, porque alguma porta se abrirá na vida".

Um fator determinante para o sucesso do procedimento em Fidyka foi que os cientistas puderam usar células do bulbo olfatório do paciente. Isso significa que não havia perigo de rejeição, por isso não houve a necessidade de medicamentos imunossupressores usados em transplantes convencionais.

A maior parte da reparação de medula espinhal de Fidyka ocorreu no lado esquerdo, onde havia uma lacuna de 8mm. Desde então, ele recuperou massa muscular e movimento principalmente nesse lado.

Os cientistas acreditam que esta é uma evidência de que a recuperação se deve à regeneração, já que sinais do cérebro que controlam os músculos da perna esquerda viajam para baixo pelo lado esquerdo da medula espinhal.


Exames mostraram que a lacuna na medula espinhal fechou-se após o tratamento.

Fonte: G1 Globo

quarta-feira, 15 de outubro de 2014


Pesquisa com células-tronco indica cura para diabete tipo 1

Cientistas dão passo significativo na pesquisa da cura para o diabetes tipo 1

Os esforços pela descoberta da cura para a diabetes tipo 1 recentemente "deram um tremendo passo", afirmaram cientistas da Universidade de Harvard.

A doença ocorre quando o sistema imunológico do corpo humano destrói as células que controlam o nível de açúcar no sangue. Uma equipe de Harvard usou células-tronco para produzir centenas de milhares dessas células em laboratório.

Testes em ratos mostraram que elas podem tratar a doença, procedimento que especialistas descreveram como "potencialmente um grande avanço médico".

Células beta no pâncreas produzem insulina para baixar os níveis de açúcar no sangue. 


Mas o próprio sistema imunológico do organismo pode se voltar contra as células beta, as destruindo e deixando a pessoa com uma doença potencialmente fatal, pois o corpo passa a não conseguir regular o nível de açúcar no sangue.

A doença tipo 1 é bem diferente da diabetes tipo 2, que é de incidência mais comum por ser causada por um estilo de vida pouco saudável. 


Coquetel perfeito


A equipe de Harvard foi liderada pelo professor Doug Melton, que começou sua busca pela cura da doença quando seu filho foi diagnosticado há 23 anos. Mais tarde ele teve outra filha diagnosticada com a doença.

Ele está tentando substituir aproximadamente 150 milhões de células beta usando a tecnologia das células-tronco.

O professor descobriu o coquetel perfeito de agentes químicos para transformar células-tronco de embriões em células beta funcionais.

Testes feitos com ratos – cujos resultados foram publicados no jornal científico Cell– mostrou que as células produzidas em laboratório poderiam produzir insulina e controlar os níveis de açúcar no sangue por muitos meses.

"Foi gratificante saber que podemos fazer algo que sempre acreditamos ser possível", disse Melton. "Estamos atualmente a um passo pré-clínico para cruzar a linha de chegada".

Seus filhos, porém, não se mostraram tão impressionados: "Acredito que, como crianças, eles sempre pensaram que como eu disse que faria isso, eu conseguiria".

Mas quando as células beta forem injetadas em uma pessoa, elas também serão atacadas e destruídas pelo sistema imunológica. Por isso, será necessário fazer mais pesquisas antes que o recurso se transforme em uma cura.


Mudança de rumo


Sarah Johnson, da organização beneficente JDRF, que financiou o estudo, disse à BBC: "Não é uma cura, é um grande passo nesse caminho. É um tremendo passo à frente".

"Substituir as células que produzem insulina e desligar a resposta imunológica que causa a diabetes é um objetivo de longo prazo".

O professor Chris Mason, um cientista especializado em células tronco da University College London afirmou: "A descoberta científica é fazer células funcionais que curem um rato diabético, mas uma descoberta médica maior é conseguir produzir células funcionais em uma escala grande o suficiente para tratar todos os diabéticos".

"Se essa tecnologia de escala provar que funciona tanto na área clínica quando na área de manufatura, o impacto no tratamento de diabetes vai ser uma descoberta revolucionária semelhante aos antibióticos em relação às infecções bacterianas."

A pesquisadora Gillian Morrison, da Universidade de Edinburgh, concorda que isso "representa um avanço real no campo".

"O próximo desafio importante será encontrar maneiras de manter essas células dentro do corpo para que elas se protejam da resposta do sistema imunológico para terem uma função de longo prazo".

O Brasil é o quarto país do mundo em número de portadores de diabetes, atrás de China, Índia e Estados Unidos, de acordo com a International Diabetes Federation (IDF). Os números levam em conta pessoas com idade entre 20 e 79 anos.

No ano passado, o Brasil tinha 13 milhões de portadores, número que poderá subir para 592 milhões em 2035, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Para cada caso diagnosticado, estima-se que haja um sem diagnóstico e, deste total, 1 milhão são crianças.


Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Adolescente faz transplante de células tronco na Paraíba e volta a enxergar
Acidente com soda cáustica teria causado cegueira em um dos olhos do menino que passou por três intervenções cirúrgicas em quatro meses de tratamento; na última delas foi feito transplante de células tronco e ele está voltando a enxergar

Tratamento do adolescente para voltar à enxergar
Um adolescente de 14 anos voltou a enxergar após fazer um transplante de células tronco em uma clínica escola da Paraíba. O paciente é morador do distrito de Galante, na Zona Rural de Campina Grande, no Agreste do Estado, a 180 quilômetros de João Pessoa.

O tratamento do adolescente foi feito em três cirurgias, sendo que na última das intervenções foi feito um transplante de células-tronco da córnea do olho saudável.

O médico que realizou o tratamento, Diego Gadelha, informou que o último procedimento trouxe excelentes resultados e a recuperação física e, consequentemente emocional do paciente.

A visão do jovem está retornando aos poucos e ele diz que antes sentia muita dor e via tudo branco com o olho acidentado. Hoje, ele diz que consegue identificar as pessoas e vem sentindo que está melhor a cada dia.

A mãe do adolescente, a agricultora Elizângela Félix, contou que o filho ajudava o tio no carregamento de soda cáustica quando um dos baldes bateu em um ferro e a substância derramou caindo sobre o olho dele. 

A agricultora contou, ainda, que levou o adolescente ao Hospital de Trauma da Campina Grande e que teria recebido a informação de que o filho tinha perdido o olho.

Ela disse que foi encaminhada pelo Hospital de Trauma de Campina Grande para a Clínica Escola da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba que em parceria com o Hospital da Visão realizou o tratamento do rapaz.

Tratamento existe há dois anos na PB

O médico Diogo Gadelha informou que o tratamento desenvolvido através de parceria entre a FCM e Hospital da Visão existe há dois anos. Este é do segundo paciente que passou pelo transplante de células tronco com resultados positivos.

No primeiro caso, um jovem perdeu a visão de um dos olhos após um acidente com cal e voltou a enxergar depois de utilizada a técnica.

Ele disse que não tem conhecimento sobre o uso desse tipo de transplante na Paraíba. “É uma técnica inovadora em que são retiradas do limbo da córnea algumas células tronco que têm a capacidade de se renovar”.

Elas são retiradas do olho saudável e implantadas no olho doente. “Isso faz com que ocorra uma recuperação da transparência da córnea e o paciente volta a enxergar”, explicou.

O especialista disse que essa técnica é aplicada especificamente para quem perdeu a visão por causa de problemas na córnea causados por queimadura química. Quando o acidente acomete só um dos olhos, o transplante é feito das células tronco do olho saudável.

No caso da queimadura química atingir os dois olhos, Diogo Gadelha explicou que o transplante pode ser feito de um doador que seja pai ou mãe do paciente ou ainda um parente em primeiro grau.

O tratamento é aberto a todos os pacientes que necessitem. Ele informou que as pessoas podem procurar a clínica escola da FCM, em Campina Grande, para casos de encaminhamentos através do SUS ou o Hospital da Visão, quando tratar-se de encaminhamento particular ou através de convênios com planos de saúde.

Fonte: Portal UOL Notícias




Pesquisadores descobrem como diferenciar células-tronco boas e ruins

Marcador pode identificar quais células vão se tornar tumores e quais vão se transformar em tecidos saudáveis

Proteína chamada histona "empacota" o DNA e prevê o destino das células

As pesquisas sobre células-tronco embrionárias têm sido frustradas pela dificuldade em responder a uma simples questão: como diferenciar uma célula-tronco boa de uma ruim? Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, estão chegando perto de resolver esse dilema: eles encontraram um indicador que prevê quais lotes de células vão se tornar tecidos saudáveis e quais podem vir a formar tumores.

A descoberta foi relatada em artigo publicado na edição deste mês do jornal científico Cell Stem Cell, especializado nesse tipo de célula. Realizada em camundongos, a experiência traz esperança para a medicina, que já documentou muitas falhas no uso clínico das células-tronco. Muitas vezes, relatam os cientistas, elas se convertiam em tumores ao invés de se transformarem no tecido desejado.

Agora, graças a uma proteína chamada histona, que ajuda a “empacotar” o DNA, foi possível prever o destino dessas células.

— Temos um marcador molecular de confiança que pode nos dizer qual é uma boa célula-tronco e qual é uma ruim. A tendência é elevar o nível e a qualidade da pesquisa para que possamos pensar em usar essas células na prática médica — disse o coordenador do Centro de Pesquisas em Célula-Tronco da Yale, Andrew Xiao.

O estudo, cujo autor principal é o cientista Tao Wu, é financiado pela Universidade e pela Fundação Connecticut de Células-Tronco.

Fonte: ZH Planeta Ciência

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Japonesa recebe primeiro implante de células humanas reprogramadas

Cirurgia aconteceu nesta sexta-feira, em hospital da cidade de Kobe.
Células iPS são consideradas como a nova geração de células-tronco.

Imagem divulgada pelo Instituto Riken mostra material preparado a partir de células iPS que foi usado em cirurgia realizada nesta sexta-feira (Foto: Riken/Jiji Press/AFP) 


Uma equipe de pesquisadores japoneses realizou nesta sexta-feira (12) a primeira intervenção cirúrgica mundial com células pluripotentes induzidas (iPS) humanas – consideradas a nova geração de células-tronco – para tratar uma doença ocular que pode causar cegueira.

A cirurgia, que durou duas horas, faz parte dos primeiros testes clínicos globais em seres humanos com esta técnica de medicina regenerativa.

A paciente é uma mulher de 70 anos, explicou a equipe médica da Fundação para a Investigação Biomédica e Inovação (Ibri) de Kobe, associada a Masayo Takahashi, diretora do Instituto Público Riken. O objetivo deste primeiro procedimento é verificar sua segurança e tentar melhorar o estado de saúde da paciente. O Ministério da Saúde japonês aprovou há um ano o projeto-piloto proposto por Ibri eRiken.

Segundo os cientistas, o procedimento desta sexta-feira consiste em tratar uma variante da degeneração macular associada à idade (DMLA), que é a principal causa da cegueira em pessoas com mais de 55 anos nos países industrializados. Para conseguir isso, os cientistas criaram células da retina da paciente a partir de células iPS e as implementaram.
Em 2012, o pesquisador japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gurdon receberam o Prêmio Nobel de Medicina pela criação de um método que permite reprogramar células adultas em células-tronco.

Entenda o que são as células iPS

Na natureza, após a fecundação, o óvulo se divide e rapidamente aparecem as células que dão origem a todos os tecidos do corpo. São as células-tronco embrionárias pluripotentes que têm a capacidade para gerar todos os tipos de células.

Porém, com o desenvolvimento do embrião, as células se especializam e perdem a capacidade de se transformar em células com diferentes funções (células nervosas, cardíacas e etc).
Os cientistas descobriram que era possível reprogramar uma célula adulta para fazê-la recuperar as características de uma célula-tronco embrionária. Assim, com a tecnologia iPS é possível obter praticamente qualquer tipo de célula do corpo.

Essas células apresentam vantagens semelhantes às das células-tronco embrionárias, mas não envolvem o problema ético relacionado com a necessidade de manipular embriões.

As iPS podem ser uma fonte de células para fazer tudo, por exemplo, testar novas drogas ou estudar doenças.Para a terapia celular experimental, elas não levam o risco inicial de rejeição por parte do corpo, porque vêm do próprio paciente. Mas ainda há um longo caminho a percorrer antes de assegurar a sua total segurança.

Fonte: G1 Globo

Japão aprova teste inédito no mundo com células iPS humanas

Células da pele humana seriam transformadas em tecido da retina.
Foco da pesquisa é ajudar pacientes que sofrem degeneração na visão.

Um comitê do Ministério da Saúde do Japão divulgou nesta quinta-feira (27) que aprovou o primeiro teste clínico do mundo com células pluripotentes induzidas (iPS) humanas, o que pode ampliar os horizontes da medicina regenerativa.

O governo deu o sinal verde para a solicitação apresentada conjuntamente pelo Instituto Riken de pesquisa e a Fundação para a Pesquisa Biomédica para estudar a possibilidade de regenerar a retina humana mediante o uso dessas células, que têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido.

O estudo poderia começar ainda este ano, já que só é necessária a aprovação final do ministro da Saúde, Trabalho e Bem-estar, Norihisa Tamura. De acordo com a publicação "The Japan Times", a doutora Masayo Takahashi, oftalmologista que lidera a equipe do departamento de regeneração retiniana do Instituto Riken, é que vai dirigir o estudo em Kobe.

O projeto consiste em extrair amostras de pele humana e a partir delas extrair células iPS. Essas células seriam programadas para se transformarem em tecido da retina, que seria implantado depois em pacientes que sofrem uma degeneração relacionada com a idade.

Este problema, que atualmente afeta 700 mil pessoas no Japão, provoca danos na retina e leva à perda da visão. A descoberta das células iPS abriu as portas para que este instituto solicitasse em 2012 o primeiro estudo clínico da história em humanos utilizando essas células, que no futuro podem levar a enormes avanços na medicina regenerativa e personalizada.

O pioneiro na geração das iPS, o japonês Shinya Yamanaka, foi agraciado em 2012 com o Prêmio Nobel de Medicina pelo método que desenvolveu para criar este tipo de células mediante a reprogramação de células maduras.

Isto resolve, em princípio, o problema ético de se trabalhar com células-tronco de embriões que, assim como as iPS, também têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula.

Fonte: G1 Globo

Data da postagem original: 27/06/2013

sábado, 23 de agosto de 2014

Sono aumenta número de células no cérebro, diz estudo.
Segundo cientistas, dormir elevaria produção de substância que protege estrutura neural.

 Dormir libera mielina, substância que protege o circuito do cérebro, dizem cientistas (Foto: BBC)

Cientistas americanos acreditam ter descoberto mais um motivo para incentivar as pessoas a tentar ter uma boa noite de sono: dormir ajudaria a repor um tipo de célula do cérebro. Segundo eles, dormir eleva a produção de células que produzem uma substância estimuladora conhecida como mielina, responsável por proteger o circuito neural.

A pesquisa, realizada até agora somente com ratos de laboratório, poderia ajudar a entender a ação do sono na reparação e no crescimento do cérebro, além do combate à esclerose múltipla, disse a equipe de cientistas do Estado americano de Wisconsin. As descobertas foram publicadas na revista científica "Journal of Neuroscience".

A equipe liderada pela cientista americana Chiara Cirelli, da Universidade de Wisconsin, descobriu que a taxa de crescimento das células produtoras de mielina dobrou enquanto os ratos dormiam.

O aumento se deu com maior intensidade durante o período associado ao sonho - chamado de REM ou "movimento rápido dos olhos" - e foi produzido por genes. Em contrapartida, genes envolvidos na morte das células e em respostas de estresse passaram a ser observados quando as cobaias foram forçadas a permanecer acordadas.

O motivo pelo qual os seres humanos precisam dormir intriga os cientistas há séculos. Já se sabe que uma boa noite de sono ajuda o corpo a repor as energias e garante seu bom funcionamento - mas o processo biológico que acontece durante esse período só começou a ser estudado recentemente.

Crescimento e reparação
"Por muito tempo, os cientistas concentraram seus esforços em comparar a atividade cerebral quando estamos dormindo e quando estamos acordados", explica Cirelli. "Agora, está claro que a maneira como operam outras células de apoio no sistema nervoso também muda significativamente se estivermos dormindo ou acordados."

Os cientistas dizem que suas descobertas indicam que a perda de sono pode agravar alguns sintomas da esclerose múltipla, doença que prejudica a produção de mielina. Nela, o sistema imunológico ataca e destrói o revestimento de mielina dos neurônios e da medula e do cordão espinhal.

Segundo Cirelli, estudos posteriores poderão observar se o sono afeta ou não os sintomas da esclerose múltipla. Ela acrescenta que sua equipe também vai examinar se a falta de sono, especialmente durante a adolescência, pode gerar efeitos nocivos de longo prazo para o cérebro.

De acordo com o Instituto Americano de Transtornos Neurológicos e de Acidente Vascular Cerebral, dormir ajuda o sistema nervoso a funcionar corretamente. Um sono profundo coincide com a liberação do hormônio do crescimento em crianças e em jovens adultos. Muitas das células do corpo também registram elevação da produção e redução da quebra de proteínas durante esse período.


Dado que as proteínas ajudam o crescimento das células e a reparação dos danos causados por estresse e raios ultravioletas, uma boa noite de sono realmente pode significar o "sono da beleza", acrescenta a instituição.

Fonte: G1-Globo

Especialista defende bancos de células-tronco públicos

Pioneiro no congelamento de sangue de cordão umbilical para transplantes e tratamento de doenças, o médico chileno Pablo Rubinstein, radicado nos Estados Unidos, acompanha há 22 anos o surgimento e o fechamento de bancos privados de armazenamento de células-tronco, que vendem serviços às famílias com base em promessas de cura de diversos males, da leucemia ao Parkinson.

Especialista em imunogenética, ele defende que os governos intervenham para impedir que propagandas enganosas levem as pessoas a gastar fortunas com os procedimentos, e também para divulgar a importância das doações voluntárias para bancos públicos.

Hoje diretor do Programa Nacional de Sangue do Cordão Umbilical do Centro de Sangue de Nova York, Rubinstein foi o criador do sistema norte-americano que desde 1992 armazena sangue para aplicação em pacientes não aparentados dos doadores.

No Brasil, colaborou para a implementação do banco de armazenamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o primeiro do País, em 2001. Na quarta-feira passada, ele foi homenageado pela equipe do hospital. Após visitar as instalações, onde estão armazenadas 8 mil unidades de sangue (juntando todos os 13 da Rede BrasilCord, são 18 mil, das quais 170 já usadas em transplantes), o médico deu entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo.

Rubinstein não defende o fim de bancos privados, como se discute na Espanha e na França, e sim uma maior divulgação dos prós e contras do armazenamento pago - a coleta, feita na maternidade, custa por volta de R$ 4 mil, e a anuidade, cerca de R$ 1.000.

No caso do banco privado, as células só podem ser usadas no próprio paciente, e não há comprovação científica da eficácia futura (no caso das doenças genéticas e da leucemia, não são recomendadas). No público, ficam disponíveis para todos os pacientes que precisarem de transplante. Em média, a chance de compatibilidade é de 1 para 100 mil.

"O objetivo do banco público é ajudar pacientes hoje. O do privado é hipotético, e o fim é fazer dinheiro. Do ponto de vista legal, é difícil privar as pessoas de guardarem sangue se quiserem e tiverem dinheiro para isso. Mas quando meus filhos me perguntaram o que fazer quando seus filhos nasceram, eu disse: 'Se não existem bancos públicos na cidade, não vale armazenar em particulares".

E continuou: "do ponto de vista social, é muito melhor investir num sistema que assista a todos, ricos e pobres, e dá a possibilidade de mais gente sobreviver a doenças fatais. Os governos devem assegurar que as famílias recebam informações corretas. A gente já sabe que o que eles vendem não é verdade. É irritante ser inundado por certas propagandas na internet", desabafou.

Os números sustentam sua argumentação. "O melhor que podemos fazer é comparar bancos públicos e privados. O maior privado dos EUA tem mais de 500 mil unidades e foram transplantados menos de 200 pacientes; no nosso, são 60 mil unidades e já tratamos 5.200 pacientes".



Fonte: Portal A Tarde

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Revista Nature se retrata e retira artigo sobre células-tronco, citando "erro"


A pesquisa, que ao ser publicada em janeiro foi descrita como um divisor de águas por muitos especialistas na área, foi posteriormente investigada pelo instituto científico japonês RIKEN, que "categorizou alguns dos erros como má conduta", afirmou a Nature.

 Na publicação do estudo, a cientista
 afirmava que o feto de rato foi gerado a
 partir da estimulação de uma célula madura do 
 roedor

O trabalho, liderado pela pesquisadora japonesa Haruko Obokata, do RIKEN, detalhou maneiras simples para reprogramar células animais maduras de volta a um estado semelhante ao embrionário, permitindo-lhes gerar muitos tipos diferentes de células.


Os resultados aparentemente ofereciam a promessa de que células humanas poderiam no futuro, de forma simples e barata, ser reprogramadas como células embrionárias.


O método, batizado como Aquisição de Pluripotência Desencadeada por Estímulo, ou células STAP, na sigla em inglês, sugeria uma maneira simples para substituir células danificadas ou desenvolver novos órgãos para as pessoas doentes e feridas.


Haruko inicialmente defendeu com firmeza o seu trabalho diante de sérios questionamentos e críticas, mas no mês passado concordou em anular os artigos.


A Nature confirmou a retratação nesta quarta-feira, dizendo que "vários erros prejudicam a credibilidade do estudo como um todo".


"Estudos em andamento estão investigando esse fenômeno novo, mas dada a natureza extensa dos erros encontrados atualmente, consideramos oportuna a retratação dos dois estudos", disse em um comunicado.


Especialistas que na época expressaram entusiasmo sobre as descobertas de Haruko disseram estar desapontados com o resultado.


"A tecnologia STAP, de fato, parecia boa demais para ser verdade", disse Dusko Ilic, professor de ciência de células-tronco no Kings College de Londres.


"Eu esperava que Haruko Obokata iria no final provar que todos os seus opositores estavam errados. Infelizmente, ela não o fez."


Fonte: Noticias Uol