quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Adolescente faz transplante de células tronco na Paraíba e volta a enxergar
Acidente com soda cáustica teria causado cegueira em um dos olhos do menino que passou por três intervenções cirúrgicas em quatro meses de tratamento; na última delas foi feito transplante de células tronco e ele está voltando a enxergar

Tratamento do adolescente para voltar à enxergar
Um adolescente de 14 anos voltou a enxergar após fazer um transplante de células tronco em uma clínica escola da Paraíba. O paciente é morador do distrito de Galante, na Zona Rural de Campina Grande, no Agreste do Estado, a 180 quilômetros de João Pessoa.

O tratamento do adolescente foi feito em três cirurgias, sendo que na última das intervenções foi feito um transplante de células-tronco da córnea do olho saudável.

O médico que realizou o tratamento, Diego Gadelha, informou que o último procedimento trouxe excelentes resultados e a recuperação física e, consequentemente emocional do paciente.

A visão do jovem está retornando aos poucos e ele diz que antes sentia muita dor e via tudo branco com o olho acidentado. Hoje, ele diz que consegue identificar as pessoas e vem sentindo que está melhor a cada dia.

A mãe do adolescente, a agricultora Elizângela Félix, contou que o filho ajudava o tio no carregamento de soda cáustica quando um dos baldes bateu em um ferro e a substância derramou caindo sobre o olho dele. 

A agricultora contou, ainda, que levou o adolescente ao Hospital de Trauma da Campina Grande e que teria recebido a informação de que o filho tinha perdido o olho.

Ela disse que foi encaminhada pelo Hospital de Trauma de Campina Grande para a Clínica Escola da Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba que em parceria com o Hospital da Visão realizou o tratamento do rapaz.

Tratamento existe há dois anos na PB

O médico Diogo Gadelha informou que o tratamento desenvolvido através de parceria entre a FCM e Hospital da Visão existe há dois anos. Este é do segundo paciente que passou pelo transplante de células tronco com resultados positivos.

No primeiro caso, um jovem perdeu a visão de um dos olhos após um acidente com cal e voltou a enxergar depois de utilizada a técnica.

Ele disse que não tem conhecimento sobre o uso desse tipo de transplante na Paraíba. “É uma técnica inovadora em que são retiradas do limbo da córnea algumas células tronco que têm a capacidade de se renovar”.

Elas são retiradas do olho saudável e implantadas no olho doente. “Isso faz com que ocorra uma recuperação da transparência da córnea e o paciente volta a enxergar”, explicou.

O especialista disse que essa técnica é aplicada especificamente para quem perdeu a visão por causa de problemas na córnea causados por queimadura química. Quando o acidente acomete só um dos olhos, o transplante é feito das células tronco do olho saudável.

No caso da queimadura química atingir os dois olhos, Diogo Gadelha explicou que o transplante pode ser feito de um doador que seja pai ou mãe do paciente ou ainda um parente em primeiro grau.

O tratamento é aberto a todos os pacientes que necessitem. Ele informou que as pessoas podem procurar a clínica escola da FCM, em Campina Grande, para casos de encaminhamentos através do SUS ou o Hospital da Visão, quando tratar-se de encaminhamento particular ou através de convênios com planos de saúde.

Fonte: Portal UOL Notícias




Pesquisadores descobrem como diferenciar células-tronco boas e ruins

Marcador pode identificar quais células vão se tornar tumores e quais vão se transformar em tecidos saudáveis

Proteína chamada histona "empacota" o DNA e prevê o destino das células

As pesquisas sobre células-tronco embrionárias têm sido frustradas pela dificuldade em responder a uma simples questão: como diferenciar uma célula-tronco boa de uma ruim? Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, estão chegando perto de resolver esse dilema: eles encontraram um indicador que prevê quais lotes de células vão se tornar tecidos saudáveis e quais podem vir a formar tumores.

A descoberta foi relatada em artigo publicado na edição deste mês do jornal científico Cell Stem Cell, especializado nesse tipo de célula. Realizada em camundongos, a experiência traz esperança para a medicina, que já documentou muitas falhas no uso clínico das células-tronco. Muitas vezes, relatam os cientistas, elas se convertiam em tumores ao invés de se transformarem no tecido desejado.

Agora, graças a uma proteína chamada histona, que ajuda a “empacotar” o DNA, foi possível prever o destino dessas células.

— Temos um marcador molecular de confiança que pode nos dizer qual é uma boa célula-tronco e qual é uma ruim. A tendência é elevar o nível e a qualidade da pesquisa para que possamos pensar em usar essas células na prática médica — disse o coordenador do Centro de Pesquisas em Célula-Tronco da Yale, Andrew Xiao.

O estudo, cujo autor principal é o cientista Tao Wu, é financiado pela Universidade e pela Fundação Connecticut de Células-Tronco.

Fonte: ZH Planeta Ciência

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Japonesa recebe primeiro implante de células humanas reprogramadas

Cirurgia aconteceu nesta sexta-feira, em hospital da cidade de Kobe.
Células iPS são consideradas como a nova geração de células-tronco.

Imagem divulgada pelo Instituto Riken mostra material preparado a partir de células iPS que foi usado em cirurgia realizada nesta sexta-feira (Foto: Riken/Jiji Press/AFP) 


Uma equipe de pesquisadores japoneses realizou nesta sexta-feira (12) a primeira intervenção cirúrgica mundial com células pluripotentes induzidas (iPS) humanas – consideradas a nova geração de células-tronco – para tratar uma doença ocular que pode causar cegueira.

A cirurgia, que durou duas horas, faz parte dos primeiros testes clínicos globais em seres humanos com esta técnica de medicina regenerativa.

A paciente é uma mulher de 70 anos, explicou a equipe médica da Fundação para a Investigação Biomédica e Inovação (Ibri) de Kobe, associada a Masayo Takahashi, diretora do Instituto Público Riken. O objetivo deste primeiro procedimento é verificar sua segurança e tentar melhorar o estado de saúde da paciente. O Ministério da Saúde japonês aprovou há um ano o projeto-piloto proposto por Ibri eRiken.

Segundo os cientistas, o procedimento desta sexta-feira consiste em tratar uma variante da degeneração macular associada à idade (DMLA), que é a principal causa da cegueira em pessoas com mais de 55 anos nos países industrializados. Para conseguir isso, os cientistas criaram células da retina da paciente a partir de células iPS e as implementaram.
Em 2012, o pesquisador japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gurdon receberam o Prêmio Nobel de Medicina pela criação de um método que permite reprogramar células adultas em células-tronco.

Entenda o que são as células iPS

Na natureza, após a fecundação, o óvulo se divide e rapidamente aparecem as células que dão origem a todos os tecidos do corpo. São as células-tronco embrionárias pluripotentes que têm a capacidade para gerar todos os tipos de células.

Porém, com o desenvolvimento do embrião, as células se especializam e perdem a capacidade de se transformar em células com diferentes funções (células nervosas, cardíacas e etc).
Os cientistas descobriram que era possível reprogramar uma célula adulta para fazê-la recuperar as características de uma célula-tronco embrionária. Assim, com a tecnologia iPS é possível obter praticamente qualquer tipo de célula do corpo.

Essas células apresentam vantagens semelhantes às das células-tronco embrionárias, mas não envolvem o problema ético relacionado com a necessidade de manipular embriões.

As iPS podem ser uma fonte de células para fazer tudo, por exemplo, testar novas drogas ou estudar doenças.Para a terapia celular experimental, elas não levam o risco inicial de rejeição por parte do corpo, porque vêm do próprio paciente. Mas ainda há um longo caminho a percorrer antes de assegurar a sua total segurança.

Fonte: G1 Globo

Japão aprova teste inédito no mundo com células iPS humanas

Células da pele humana seriam transformadas em tecido da retina.
Foco da pesquisa é ajudar pacientes que sofrem degeneração na visão.

Um comitê do Ministério da Saúde do Japão divulgou nesta quinta-feira (27) que aprovou o primeiro teste clínico do mundo com células pluripotentes induzidas (iPS) humanas, o que pode ampliar os horizontes da medicina regenerativa.

O governo deu o sinal verde para a solicitação apresentada conjuntamente pelo Instituto Riken de pesquisa e a Fundação para a Pesquisa Biomédica para estudar a possibilidade de regenerar a retina humana mediante o uso dessas células, que têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de tecido.

O estudo poderia começar ainda este ano, já que só é necessária a aprovação final do ministro da Saúde, Trabalho e Bem-estar, Norihisa Tamura. De acordo com a publicação "The Japan Times", a doutora Masayo Takahashi, oftalmologista que lidera a equipe do departamento de regeneração retiniana do Instituto Riken, é que vai dirigir o estudo em Kobe.

O projeto consiste em extrair amostras de pele humana e a partir delas extrair células iPS. Essas células seriam programadas para se transformarem em tecido da retina, que seria implantado depois em pacientes que sofrem uma degeneração relacionada com a idade.

Este problema, que atualmente afeta 700 mil pessoas no Japão, provoca danos na retina e leva à perda da visão. A descoberta das células iPS abriu as portas para que este instituto solicitasse em 2012 o primeiro estudo clínico da história em humanos utilizando essas células, que no futuro podem levar a enormes avanços na medicina regenerativa e personalizada.

O pioneiro na geração das iPS, o japonês Shinya Yamanaka, foi agraciado em 2012 com o Prêmio Nobel de Medicina pelo método que desenvolveu para criar este tipo de células mediante a reprogramação de células maduras.

Isto resolve, em princípio, o problema ético de se trabalhar com células-tronco de embriões que, assim como as iPS, também têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula.

Fonte: G1 Globo

Data da postagem original: 27/06/2013