Pesquisadores conseguem detalhar processo de metástase de células do câncer
Veia artificial desenvolvida
por pesquisadores americanos permitiu a eles acompanhar como células com câncer
se espalham pelo fluxo sanguíneo
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Dois
pesquisadores da universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, desenvolveram uma
veia artificial que permite uma visão em tempo real de como as células
cancerígenas entram em metástase.
A metástase é o
processo pelo qual as células cancerígenas se espalham pelo corpo, aumentando a
dificuldade do tratamento do câncer.
Assim que entra
na corrente sanguínea, as células cancerígenas podem formar tumores em outros
órgãos.
Noventa por
cento dos pacientes vitimados pelo câncer sofreram processo de metástase, que
ainda não é totalmente conhecido dos médicos - não se sabe como as células cancerígenas
conseguem se mover dentro do sistema vascular e se espalhar pelo corpo.
Entender melhor
como isso acontece pode levar a novos métodos de tratamento para a doença.
"Nossa nova ferramenta nos dá uma visão mais clara e detalhada desse
processo", afirma Andrew Wong, um dos autores da pesquisa.
"Existe
muita coisa que não sabemos sobre como as células de tumor viajam pelo corpo,
porque, mesmo usando nossa melhor tecnologia de imagem, não conseguimos
enxergar como elas se locomovem pelo sistema sanguíneo", diz Wong.
Os pesquisadores
da universidade Johns Hopkins testaram a viabilidade da veia artificial em
células de câncer de mama marcadas com uma tinta fluorescente. Elas foram
inseridas em uma matriz de colágeno, que replicava o tecido dos seios humanos.
A vascularidade
do aparelho foi feita com material transparente, com as mesmas propriedades das
veias naturais, por onde circulava um líquido rico em nutrientes, fazendo as
vezes do sangue.
Por meio da
fluorescência das células, a equipe foi capaz de filmar e monitorar aquelas com
câncer, enquanto andavam pelo tecido e pela veia artificial.
"No
passado, era virtualmente impossível observar os passos envolvidos nesse
processo com esse nível de clareza", afirmou Peter Searson, coautor do
estudo.
A dupla de
pesquisadores conseguiu perceber que o tecido tentava cercar e conter as
células cancerígenas. Mas algumas delas escapavam e se agrupavam em outro ponto
da veia artificial.
Depois de um
tempo, a força do fluxo sanguíneo artificial era suficiente para puxar a célula
cancerígena para dentro da veia e bombeá-la para outros lugares.
"As células
cancerígenas teriam dificuldade em deixar o local original do tumor, não fosse
a habilidade delas em entrar em nosso fluxo sanguíneo e ganhar acesso a locais
distantes", afirma Wong.
"Então,
descobrimos que é a entrada das células cancerígenas no fluxo sanguíneo que
permite ao câncer se espalhar tão rápido", diz.
Os pesquisadores
agora esperam utilizar o aparelho para testar remédios contra a doença, para
perceber se eles podem afetar a metástase.
"Se nós
pudermos encontrar uma maneira de parar um desses passos na escalada da
metástase, poderemos ser capazes de encontrar uma nova estratégia para retardar
ou até parar a propagação do câncer", afirma Wong.
Fonte: Info Abril
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